Informativo sobre “Áreas Classificadas”
Mistura com ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, poeira, fibra ou partícula suspensa, na qual, após a ignição, permite auto sustentação e propagação de uma explosão.
Todo local sujeito à probabilidade da existência ou formação de misturas explosivas pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis misturadas com o ar (ou com O2).
As áreas que apresentam probabilidade da formação de uma atmosfera explosiva são classificadas em seis tipos de ZONAS, conforme o tipo de combustível presente e risco de ocorrência de uma atmosfera explosiva. Utilizando as normas ABNT NBR IEC 60079-10-1 | ABNT NBR IEC 60079-10-2, temos:
Zona 0 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa está presente continuamente ou durante longos períodos de tempo.
Exemplos de Locais: Interior de Reservatórios.
Zona 1 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa é esperada que ocorra eventualmente em condições normais de operação.
Exemplos de Locais: Áreas de manipulação de produtos inflamáveis. | Cabines de Pintura. | Área próxima à Zona 0.
Zona 2 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa é improvável de acontecer, mas se ocorrer, será por curtos períodos de tempo.
Exemplos de Locais: Áreas de armazenagem de produtos inflamáveis. | Área próxima à Zona 1.
Zona 20 – Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de nuvem está presente continuamente ou durante longos períodos de
tempo.
Exemplos de Locais: Funis | Silos | Ciclones | Agitadores | Moinhos
Zona 21 – Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de nuvem é esperada que ocorra eventualmente em condições normais de operação.
Exemplos de Locais: Áreas externas aos sistemas de contenção de poeiras. | Proximidade de pontos de carregamento e descarga | Áreas de processamentos de poeiras combustíveis.
Zona 22– Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de nuvem é improvável de acontecer, mas se ocorrer, será por curtos períodos de tempo.
Exemplos de Locais: Áreas de armazenamento de sacos contendo poeira combustível. | Saídas de filtros de mangas. | Áreas próximas a equipamentos que são abertos eventualmente.
As áreas classificadas são divididas em três GRUPOS de acordo com o tipo de elemento combustível presente. Cada grupo por sua vez, possui três subdivisões de acordo com a substância específica da atmosfera explosiva. Utilizando as normas ABNT NBR IEC 60079-0 | ABNT NBR IEC 60079-10-1 | ABNT NBR IEC 60079-10-2 | ABNT NBR IEC 60079-20, temos:
EPL (Equipment Protection Level) é o Nível de Proteção do Equipamento atribuído ao equipamento baseado em sua probabilidade de se tornar um fonte de ignição, distinguindo as diferenças entre atmosferas de gás, poeira e minas susceptíveis à grisu. Utilizando as normas ABNT NBR IEC 60079-0 | ABNT NBR IEC 60079-10-2, temos:
EPL – Minas de Carvão:
EPL – Atmosferas explosiva de Gases:
EPL – Atmosferas explosiva de Poeira:
Relação entre Zona e Nível de Proteção do Equipamento “EPL”
Quando somente Zonas são identificadas na documentação de classificação de área, ou requisito de um produto, deve ser seguida a relação entre EPL e Zona.
Em uma atmosfera explosiva, a temperatura dos equipamentos elétricos pode causar a ignição da mistura explosiva existente no ambiente, pois o calor é uma fonte de ignição potencial. Assim, os equipamentos elétricos são classificados de acordo com a sua máxima temperatura de superfície, para serem habilitados à instalação somente onde essa temperatura não seja o suficiente para inflamar a substância explosiva existente na área. Estas CLASSES DE TEMPERATURA são divididas de T1 à T6, do nível mais crítico ao mais brando, respectivamente (quanto maior a classe de temperatura, menor a temperatura atingida pelo equipamento). A mesma nomenclatura é utilizada na classificação de área para identificar a temperatura de ignição da atmosfera explosiva. Utilizando as normas ABNT NBR IEC 60079-0 | ABNT NBR IEC 60079-10-2, temos:
Os equipamento elétricos devem possuir proteção contra influências externas, tais como contato direto, corpos estranhos, poeira, umidade e água. Essa proteção é definida como GRAU DE PROTEÇÃO, e é fornecida pelo invólucro dos próprios equipamentos elétricos, sua definição é indicada por
uma abreviatura, definida pela sigla “IP” (Ingress Protection), que significa basicamente “Proteção contra entrada”, seguida de dois numerais característicos, cada um com um significado, que podem também serem seguidos de uma letra suplementar. Utilizando a norma ABNT NBR IEC 60529, temos:
Equipamentos elétricos e de instrumentação para para instalação em áreas classificadas contendo atmosferas explosivas requerem características especiais de proteção, montagem, inspeção, manutenção e reparos. Estas características são chamadas de TIPOS DE PROTEÇÃO, sendo cada tipo especificado em diversas partes da série de normas ABNT NBR IEC 60079, onde existe uma Norma específica para cada tipo de proteção “Ex”, nestas são especificados os requisitos de projeto, dimensionamento, fabricação, ensaios a serem realizados e os critérios de aceitação. Utilizando as normas ABNT NBR IEC 60079-0 | ABNT NBR IEC 60079-10-2, temos:
Os equipamentos para uso em áreas classificadas devem ser identificados com uma marcação específica, conforme sua área de utilização. Essa identificação é normalmente feita por uma plaqueta ou etiqueta fixada no produto, ou até mesmo gravada na própria superfície do equipamento. A
marcação deve conter as informações de acordo com seu respectivo certificado de conformidade. Utilizando a norma ABNT NBR IEC 60079-0, temos:
Conforme Portaria do INMETRO nº 179 de 18/05/2010, todos os equipamentos elétricos instalados em áreas classificadas devem ser “certificados”. Esta certificação somente pode ser concedida por entidades credenciadas pelo INMETRO, conhecidas como OCP (Organismos de Certificação de Produtos). Nesta data, as entidades brasileiras credenciadas são BUREAU VERITAS CERTIFICATION do Brasil; CERTUSP; TÜV Rheinland Brasil; CEPEL; NCC Certificações do Brasil, UL do Brasil, ICBR e IEX. Assim, todo equipamento elétrico instalado em área classificada deve ser acompanhado do certificado correspondente e identificado com sua marcação no corpo do mesmo, claramente legível e indelével.